Da editora
Nesta Enciclopédia negra, Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz passam em revista a história do Brasil, da colonização aos dias atuais, a fim de restabelecer o protagonismo negro.
Na imprensa
“A principal meta da enciclopédia é preencher lacunas da história brasileira, mostrar a multiplicidade de personalidades negras e levar dignidade a figuras desvalorizadas.” — Jaime Lauriano (Folha de S. Paulo, 30/3/21)
Por que “Enciclopédia Negra” e não “Enciclopédia Preta”? A dúvida sobre a nomenclatura politicamente correta é a primeira questão que suscita o título escolhido pelos historiadores Flávio Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz para o recente lançamento da Companhia das Letras. Se hoje há uma confusão sobre o uso das palavras e até emissoras de televisão estão substituindo “negro” por “preto” em seus telejornais, os autores vão no sentido contrário: adotaram a convenção usada pelas lideranças negras. (Valor, 30/4/21)
“No Brasil, é uma história ainda muito branca, muito colonial e muito masculina. Então, a ideia é mostrar como as populações negras no Brasil estiveram presentes em todos os lugares. Não foram só populações escravizadas. Foram profissionais liberais, foram engenheiros, foram médicos, foram professoras, foram palhaços. Então, a ideia era fazer uma outra história.” — Lilia Schwarcz (Jornal Nacional, 22/6/21)
As mulheres são maioria e todas as 550 têm nome, mas em alguns casos foi impossível saber seus sobrenomes. E como não havia imagem alguma de muitos, encarregaram a 36 “artistas, negras, negros e negres”, nas palavras dos autores, que lhes dessem um rosto. Esses retratos de protagonistas que abrangem profissões, origens, gêneros e orientações sexuais diversas serão apresentados em uma exposição na Pinacoteca de São Paulo assim que a pandemia permitir. (El País, 20/4/21)
Afra vivia em Salvador e era casada com seu ex-senhor, Sabino Francisco Muniz, de origem africana como ela que, uma vez liberto, pagou pela liberdade da esposa ao mesmo tempo que se tornou proprietário de escravos.
Sabino morreu entre 1870 e 1872, deixando todos os bens para a mulher e a liberdade para duas escravizadas, Severina e Maria do Carmo, contato que permanecessem ao lado de Afra até a morte desta. As relações de Afra com essas cativas não foram, porém, amistosas, tendo levado até a um processo cível. O exemplo de Afra mostra como era complexo o mundo que a escravidão concebeu.
A Afra criada por Mônica Ventura está desprovida de qualquer conflito. Bonita, forte, ela olha resoluta para a frente e se destacada do fundo azul profundo selecionado pela artista.
Editora : Companhia das Letras; 1ª edição (29 março 2021)
Idioma : Português
Capa comum : 720 páginas
ISBN-10 : 8535934006
ISBN-13 : 978-8535934007
Dimensões : 23.11 x 15.49 x 4.32 cm
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