Price: R$74,90 - R$ 50,84
(as of Oct 29, 2024 03:33:10 UTC – Details)
Vencedora do PRÊMIO NOBEL DE LITERATURA 2024
A vegetariana, romance perturbador e único, tem sido apontado como um dos livros mais importantes da ficção contemporânea – e uma introdução à fecunda literatura produzida na Coreia do Sul.
“…Eu tive um sonho”, diz Yeonghye, e desse sonho de sangue e escuros bosques nasce uma recusa vista como radical: deixar de comer, cozinhar e servir carne. É o primeiro estágio de um desapego em três atos, um caminho muito particular de transcendência destrutiva que parece infectar todos aqueles que estão próximos da protagonista. A vegetariana conta a história dessa mulher comum que, pela simples decisão de não comer mais carne, transforma uma vida aparentemente sem maiores atrativos em um pesadelo perturbador e transgressivo. Narrado a três vozes, o romance apresenta o distanciamento progressivo da condição humana de uma mulher que decidiu deixar de ser aquilo que marido e família a pressionaram a ser a vida inteira. Este romance de Han Kang tem sido apontado como um dos livros mais importantes da ficção contemporânea. Uma história sobre rebelião, tabu, violência e erotismo escrita com a clareza atordoante das melhores e mais aterradoras fábulas. Esta tradução, diretamente do coreano, restitui o estranhamento da obra original.
Da editora
Adicionar ao carrinho
Adicionar ao carrinho
Avaliações de clientes
4,6 de 5 estrelas
553
4,5 de 5 estrelas
76
Preço
R$ 47,20R$47,20 R$ 53,56R$53,56
outros livros da autora
✓
✓
Editora : Todavia; 1ª edição (4 outubro 2018)
Idioma : Português
Capa comum : 176 páginas
ISBN-10 : 8588808285
ISBN-13 : 978-8588808287
Dimensões : 20.57 x 13.46 x 1.27 cm
Jacilene dos Santos Clemente
A narrativa da Han Kang é espetacular.
Não tem outra forma de começar qualquer texto sobre o livro “A Vegetariana” da coreana Han Kang senão afirmando categoricamente: “A narrativa da Han Kang é espetacular”. Esse é um livro onde forma e conteúdo são equilibrados primorosamente. à um livro tanto capaz de envolver a pessoa leitora de forma lúdica quanto mostrar a forma atroz com a qual o machismo sobrecarrega as mulheres fÃsica e emocionalmente conduzindo-as a um estado cotidiano de nulidade de sua vontade, a própria morte em vida.No livro encontramos a história de Yeonghye, uma pessoa inteiramente dentro do padrão de normalidade da classe média coreana, jovem, casada com um homem padrão, filha obediente de uma famÃlia padrão, irmã mais nova de um trio formado por duas mulheres e uma homem, fazedora de todos os seus papeis de gênero atribuÃdos a sua condição de mulher no mundo até o dia no qual ela acordou de um pesadelo e decidiu para de comer ou cozinhar carne.à impressionante como a simples decisão da Yeonghye de administrar sua própria alimentação de forma independente e divergente do padrão da sua famÃlia causa uma ruptura na ordem da sua vida domestica e posteriormente na ordenação de toda sua famÃlia conduzindo todo mundo a beira do caos. A história é ordenada em três atos ou três partes nas quais o narrativa se reveza entre o marido, o cunhado e a irmã da protagonista mostrando lados diferentes da história em andamento.Na primeira acompanhamos a perspectiva do marido da Yeonghye, responsável por nos apresentar a vida cotidiana do casal e os meandros da sua vida domestica corriqueira na qual sua esposa existe como um ser robótico capaz de cozinhar, limpar, transar e até ajudar nas despesas. Uma vida devastadoramente corriqueira onde a mulher simplesmente cumpri os papeis socialmente determinados a ela até não mais cumprir e assim incomodar seu marido e seus parentes. à primorosa a forma como essa primeira parte do livro é completa em si, um conto de terror e suspense no qual a narrativa do marido é quebrada apenas pelas descrições dos sonhos perturbadores da esposa colocando em evidencia a estrutura social exaustiva e asfixiante que suga a liberdade de uma mulher até o ponto de não lhe permitir dizer a palavra NÃO.Na segunda parte some completamente a voz do marido e começamos a acompanhar a voz do cunhado da Yeonghye e na terceira parte vemos a irmão mais velha dela e aqui ouso não contar muito a respeito pois tiraria um muito da surpresa e impacto da leitura. Certamente o livro terminaria de forma brilhante se a autora encerrasse sua tragédia no primeiro ato e a primeira parte é tão impactante que escrever mais duas foi uma ousadia da autora. Com essas partes ela poderia ter acabado com o livro dela, mas a genialidade da Han Kang não é para ser subestimada e o acréscimo desses dos atos tornou o livro ainda mais genial.A leitura da primeira parte isoladamente poderia fazer parecer que o radical ato de rebeldia da protagonista foi a pedra responsável por da inicio a uma avalanche trágica na história dessa famÃlia o que seria um grande engano, pois esse ato foi penas a dota d’água a transbordar um copo cheio de violências e silencia mentos torturantes.Com exceção da narrativa de seus sonhos, ao longo do livro nós poucos ouvimos a voz da protagonista, mas quando a narrativa passa para Inhye, irmã mais velha da Yeonghye, começamos a ter uma visão macro de toda a história e é aquele momento no qual toda mulher originaria de uma famÃlia assombrosamente patriarcal, numa sociedade violentamente machista como a nossa, entende o quanto todas nós estamos a um passo da loucura ou do caos ou da tragédia ou tudo junto. A Han Kang fala sobre a sociedade coreana, mas parafraseando o cineasta Bong Joon-Ho responsável pelo filme “Parasita”: “Aparentemente todas nós vivemos no mesmo paÃs chamado patriarcado.”.Nesse sistema opressivo o que nos salva cotidianamente do caos, da loucura, da tragédia ou de tudo junto é nossa rebeldia, nossa luta pela manutenção de nossas particularidades, prazeres e divergências. Quando a liberdade de ser, o controle de suas vontade, no limite o controle do próprio corpo nos é negado estrutural fica difÃcil manter a sanidade e conter uma precipitação no caos e é isso que é narrado em “A Vegetariana”, uma estrutura que nos nega a possibilidade de exercer nossa liberdade de ser nos tira até a vontade de viver como um ser humano, faz perder inclusive o sentido de ser humano no mundo, é melhor virar uma árvore.E há muito a ser dito sobre o patriarcado, o machismo, as opressões e as lutas das mulheres pelo direito de ser e estar no mundo com liberdade e uma coisa fabulosa como a Han Kang não é atropelada por essa enxurrada de necessidade de dizer. Ela conseguiu escrever um romance sobre tudo isso sem ser didática em nenhum ponto, fazendo da “Vegetariana” um livro livro de suspense, tensão com certa dose de fantástico. A narrativa é tão envolvente, a forma como as palavras se encadeiam em frases em frases e perÃodo tomando paginas inteiras faz com que a leitura flua sem a gente nem sentir. à um livro muito lúdico e envolvente feito para ser lido de uma vez só sem sofrimento.E sim, o trabalho do Pedro Inoue para a capa brasileira desse livro foi PRIMOROSO. A capa dialoga perfeitamente com a história contada no livro foi muito satisfatório fechar o livro e entender a arte da capa.
Mariana G.
Material da capa muito frágil
A capa, mesmo com o trabalho belÃssimo do design, é feito em um material que lembra papel cartão. Como tenho que levar o livro na bolsa, ele está só o pó da rabiola.Estou bem chateada pois paguei caro, e parece que ele tem uns 10 anos e foi lido por 10 pessoas (capa amassando e sem tinta nos cantos)O livro ainda estou lendo, mas amei a personagem da Yeonghye, que tem algo de animalesco e etéreo.
Ana Claudia da Silva
Intenso
Romance intenso, de leitura viciante. Comprei para ter contato com a obra da autora e me surpreendi com o vigor da narrativa!
Ronald Silva
Uma jornada perturbadora
“A Vegetariana” é uma obra fascinante escrita pela autora sul-coreana Han Kang, que mergulha intensamente nas temáticas da saúde mental, suicÃdio, relações familiares problemáticas, violência sexual, violência doméstica e a rebeldia contra os normativos culturais.O livro proporciona uma imersão intensa na vida de Yeong-hye, uma mulher atormentada por sonhos violentos que a levam a renunciar ao consumo de carne. Essa aparentemente simples decisão desencadeia uma série de eventos que revelam uma análise profunda da sociedade e da famÃlia, explorando temas como violência, sexo, infidelidade, fantasias, loucura e abuso.A narrativa é construÃda a partir do ponto de vista de três personagens ligados a Yeong-hye, mantendo o leitor em um estado de desconforto ao não permitir o acesso à perspectiva da protagonista acerca dos eventos que a envolve. Isso cria uma atmosfera de angústia e intriga, fazendo com que o leitor se sinta tão perturbado quanto a personagem principal.Apesar de seu conteúdo potencialmente perturbador, “A Vegetariana” merece elogios por sua prosa bela e brutal. A obra é aterrorizante, intrigante, brutal e bonita, destacando-se por sua capacidade de provocar reflexões e despertar emoções profundas.Recomendo fortemente essa experiência literária cativante que se lê num fôlego, mas que demanda tempo para ser completamente compreendida e assimilada, deixando um rastro duradouro de questionamentos na mente do leitor.
Eurico
O livro merece 5 stars, mas veio com defeito!
O livro é incrÃvel. A narrativa poética de Hang Kang nos faz viajar e ver beleza do alto. Não só, de dentro de suas páginas saem pensamentos não ortodoxos e provocativos…Tudo ia bem até que me deparei com ao menos 2 (pois parei de ler) erros até a metade o livro. Erros de “SEQUÃNCIA” (o fim de uma página não bete com o inicio da outro)Comentei o erro com a Editora, que comprovou o problema e me depositou o valor que havia gasto com a compra, com desconto.Não era o que queria, pois a vontade era ler o livro todo. Neste sentido, um grande problema, pois essa mesma editora disse que o livro não está mais sobre sua ‘tutela’. Agora é editado por OUTRA editora… sabe lá qual…Mas essa edição, aqui, mostrada, tem esse defeito que, pra mim, foi determinante: não consegui acabar de ler o livro!Atenção, pois.